Hoje, no Café com Blink (9), recebemos o psicólogo Henrique Henkin, que falou sobre como lidar com as apostas online e compartilhou estratégias para proteger a saúde mental.
Confira a entrevista completa:
“A explosão das apostas online: impactos na saúde mental e comparações com a pandemia.”
Nos primeiros oito meses de 2024, 25 milhões de brasileiros começaram a fazer apostas esportivas em plataformas eletrônicas, um ritmo de crescimento mais rápido do que o registrado pelo surto de COVID-19 no país. Enquanto o coronavírus levou 11 meses para alcançar esse número, as apostas chegaram a 3,5 milhões por mês.
Em cinco anos, o número de apostadores no Brasil atingiu 52 milhões, sendo 48% novos usuários em 2024. A pesquisa do Instituto Locomotiva revela que a popularidade das apostas online já atinge uma população equivalente à da Colômbia e supera países como Coreia do Sul, Espanha e Argentina.
O perfil dos apostadores é diversificado: 53% são homens e 47% mulheres, com a maioria na faixa etária de 18 a 29 anos. A pesquisa também mostra que 70% dos apostadores jogam pelo menos uma vez por mês, e 60% dos que ganham usam parte do prêmio para novas apostas.
De acordo com o psicólogo Henrique Henkin, o aumento das apostas tem implicações significativas para a saúde mental. “A prática frequente pode elevar a ansiedade, alterar o humor e provocar estresse”, afirma Henkin.
67% dos entrevistados conhecem pessoas viciadas em apostas, e 51% acreditam que o jogo aumenta a ansiedade. Além disso, 41% dos apostadores online relatam que a prática afeta negativamente seu estado emocional, segundo a pesquisa.
A pesquisa também revela que 86% dos apostadores têm dívidas, com 64% negativados na Serasa, e 31% dos endividados participam de apostas. A busca por lucro, que é a principal motivação para 53% dos apostadores, supera a diversão e o entretenimento como razões para o envolvimento com as bets.
Com a recente regulamentação das apostas pelo governo federal, o Ministério da Fazenda está analisando 113 pedidos de regulamentação das plataformas. Enquanto isso, o impacto das apostas na saúde mental continua a ser uma preocupação crescente.