O mundo está prestes a ultrapassar um dos limites mais críticos da crise climática. De acordo com projeções da Organização Meteorológica Mundial (OMM) e dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), há 66% de chance de que a Terra atinja ou ultrapasse, ainda que temporariamente, o aquecimento de 1,5°C até 2027.
Esse marco, antes visto como uma linha de segurança, está cada vez mais próximo — e traz consequências sérias. Especialistas apontam que o aumento da temperatura média global deve intensificar eventos extremos como ondas de calor, secas prolongadas, elevação do nível do mar e colapso de ecossistemas frágeis, especialmente em regiões tropicais e costeiras.
Para o climatologista James Hansen, parte do impacto já é irreversível, mas ainda há tempo para evitar os piores cenários. A inércia dos gases de efeito estufa na atmosfera torna inevitável algum grau de aquecimento, mas o que for feito agora pode definir se enfrentaremos uma crise administrável ou um colapso climático sem precedentes.
O que pode ser feito?
Reduzir drasticamente as emissões de carbono, preservar ecossistemas, investir em energia limpa e adaptação são medidas urgentes. O tempo da negação acabou. A próxima década será decisiva para o futuro do planeta — e a responsabilidade é coletiva.