“Sofrimento invisível”: especialista alerta para atenção dos pais à rotina digital dos filhos
O avanço da tecnologia e a rotina acelerada das famílias têm criado um cenário preocupante entre adolescentes e crianças, o do sofrimento invisível. O tema foi destaque no Café com Blink desta sexta-feira (7), com a participação da assistente social Junia Cristina, que falou sobre os impactos emocionais do uso excessivo das redes sociais e a importância do acompanhamento familiar.
Segundo Junia, muitos pais acreditam que manter os filhos em casa é sinônimo de segurança, mas o ambiente virtual pode esconder riscos igualmente graves. “Hoje, as crianças estão dentro de casa, mas não sabemos com quem elas estão conversando, o que estão fazendo ou que tipo de conteúdo estão consumindo. É um mundo dentro de outro mundo”, alertou a assistente social.
A especialista destacou que o tempo de qualidade é essencial para fortalecer o vínculo familiar e evitar o isolamento emocional dos jovens. “Não basta estar junto, é preciso estar presente. Ouvir, conversar e mostrar interesse genuíno pelo que o filho sente e pensa faz toda a diferença”, disse.
Durante a entrevista, Junia também comentou que mudanças sutis de comportamento podem ser sinais de alerta para os pais. “Quando o adolescente muda de atitude de forma repentina, se afasta da família ou perde o interesse pelas atividades que gostava, é hora de observar e intervir. Esses são indícios de que algo não vai bem”, explicou Junia.
Para ela, o diálogo e a criação de regras simples dentro de casa, como não usar o celular durante as refeições, podem ajudar a restaurar a convivência familiar. Além disso, o uso de ferramentas como o Family Link, que permite monitorar o que as crianças acessam, é um recurso que pode auxiliar na proteção digital. “Cortar completamente o uso da internet é impossível, mas os pais podem estabelecer limites e buscar atividades atrativas fora das telas. O importante é estar por perto e participar”, completou.
Júnia também reforçou que os pais não devem hesitar em buscar ajuda profissional. “Se você sente que perdeu o controle da situação, procure os CRAS, unidades de saúde ou profissionais especializados. O acompanhamento técnico pode orientar e fortalecer a família”, aconselhou.
O alerta vem em um momento em que especialistas e educadores têm observado um aumento de casos de depressão, ansiedade e isolamento entre adolescentes, muitas vezes agravados pelo uso excessivo das redes sociais.









