Campo Grande enfrenta alerta máximo de baixa umidade após crise de poluição em 2024

Campo Grande enfrenta alerta máximo de baixa umidade após crise de poluição em 2024
Foto: Canva

Seca extrema coloca Campo Grande em alerta máximo por baixa umidade

Campo Grande vive neste mês de setembro um cenário diferente do registrado no ano passado, quando a fumaça das queimadas encobriu o céu e elevou os níveis de poluição do ar a patamares considerados críticos. Se em 2024 a capital sul-mato-grossense enfrentou dias em que a qualidade do ar chegou a ser 11 vezes pior do que o limite seguro estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2025 a situação mudou: o céu está limpo, sem a névoa cinzenta, mas a preocupação agora é a baixa umidade relativa do ar.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a cidade está sob alerta laranja, com índices variando entre 12% e 20%, considerados de risco máximo pela OMS. A ausência de chuva e as altas temperaturas, que já se aproximam dos 40 °C em algumas regiões do Estado, reforçam o clima desértico e aumentam a sensação de desconforto.

O meteorologista Natálio Abrãao, com mais de 50 anos de profissão, lembra que 2024 foi marcado por uma das piores crises ambientais já registradas no Estado. Naquele ano, queimadas intensas no Pantanal, em Mato Grosso, Bolívia, Paraguai e até mesmo na Amazônia e Colômbia, transportaram fumaça para Mato Grosso do Sul, agravando a situação. “Em Campo Grande, a média de poluição chegou a 152 microgramas por metro cúbico, 11 vezes acima do limite da OMS, gerando 51 dias de ar classificado entre ruim e péssimo”, explica.

Entre os impactos diretos, ele destaca problemas respiratórios, dias de céu encoberto e recordes de calor, como os 43,7 °C em Aquidauana. “A seca extrema, causada pelo fenômeno La Niña, reduziu drasticamente as chuvas, facilitando a propagação do fogo e dificultando a dispersão dos poluentes”, afirma.

Já em 2025, apesar da ausência da fumaça, o cenário não deixa de ser preocupante. A umidade em níveis críticos exige atenção da população. Especialistas recomendam hidratação constante, evitar exercícios físicos ao ar livre entre 10h e 16h, manter ambientes úmidos e reduzir o consumo de café e álcool.

Autoridades também reforçam a necessidade de evitar queimadas urbanas, como em terrenos baldios ou lixo doméstico, que podem agravar ainda mais a qualidade do ar.

O quadro atual mostra que, seja pela poluição extrema de 2024 ou pela seca severa de 2025, os efeitos das mudanças climáticas seguem impactando diretamente o dia a dia de quem vive em Campo Grande e em todo Mato Grosso do Sul.

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