CPI do transporte público de Campo Grande recebe relatos de usuários em audiência
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Consórcio Guaicurus realizou ontem, no plenário Livra Inciso da Câmara Municipal, uma audiência pública que reuniu diversos usuários do transporte coletivo da capital para relatar problemas enfrentados no dia a dia.
Com uma dinâmica inovadora, a CPI instalou um link ao vivo diretamente da Praça Ary Coelho, em frente a um ponto de ônibus, onde a vereadora Luíza Ribeiro e o jornalista Pio Lopes abordaram usuários para coletar depoimentos sobre as deficiências do serviço.
O encontro demonstrou o engajamento da população, dezenas de pessoas formaram fila para expor suas reclamações, o que indica a confiança dos cidadãos na possibilidade de mudanças por parte dos vereadores. Entre os relatos, destacaram-se dificuldades como longas esperas, falta de acessibilidade para pessoas com deficiência, insuficiência de rotas e linhas que não funcionam em finais de semana ou feriados.
Uma mãe relatou que precisa gastar cerca de R$600 por mês em transporte alternativo, como Uber, devido à demora dos ônibus, especialmente para atender às necessidades de seu filho com transtorno do espectro autista. Outro usuário cadeirante enfatizou a falta de acessibilidade nos veículos.
Os vereadores presentes garantiram que todos os depoimentos e denúncias, que somam mais de 600 registros pelos canais oficiais da Câmara, serão incluídos no relatório final da CPI. Este documento será encaminhado ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado para investigação e fiscalização.
A CPI também discute a possibilidade de criar leis que aprimorem a atuação das agências reguladoras do transporte público, com o objetivo de melhorar a fiscalização e a qualidade do serviço prestado.
No entanto, o presidente da Câmara, vereador Papy, defendeu a liberação de mais recursos ao Consórcio Guaicurus para garantir a continuidade do serviço, apesar das críticas à prestação inadequada.
A repactuação do contrato entre prefeitura e consórcio é apontada como caminho viável para equilibrar os interesses da administração, dos usuários e da empresa, já que o consórcio alega prejuízos e os usuários reclamam da má qualidade do serviço.
Entre as propostas trazidas por ouvintes está a discussão sobre a gratuidade do transporte público, modelo adotado em algumas cidades, para aliviar os custos da população e garantir o direito de ir e vir sem despesas extras.
A audiência deixou claro que, apesar das dificuldades e da insatisfação, a população está mobilizada e espera que a política pública de transporte coletivo em Campo Grande seja revista para atender melhor a todos.
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