A dependência de celulares tornou-se um problema global significativo, e o Brasil está entre os países mais afetados. Dados recentes mostram que 1 em cada 4 jovens no Reino Unido é considerado viciado em smartphones. No Brasil, uma análise de 2022 coloca o país na 4ª posição no ranking mundial de vício em smartphones, atrás de China, Filipinas e Malásia.
A psicóloga Mariana Barros explica que essa dependência afeta completamente nossos hábitos cotidianos. “A necessidade constante de verificar notificações transforma atividades simples, como assistir a um filme, em experiências interrompidas por mensagens e atualizações”.
Esse vício não só afeta a capacidade de concentração, mas também reduz a qualidade das interações sociais. Estudos indicam que a dependência tecnológica prejudica o tempo que as pessoas passam com amigos e familiares, ao mesmo tempo em que intensifica a necessidade de estar sempre conectado.
O impacto do vício é semelhante ao de substâncias viciantes, porque o sistema de recompensa do cérebro é ativado, com a liberação de dopamina, hormônio associado ao prazer. Esse efeito é especialmente evidente entre os jovens, que cresceram em um ambiente saturado de tecnologia e enfrentam dificuldades para se desconectar.
Para diminuir esses efeitos, a psicóloga recomenda estabelecer limites claros para o uso do celular e criar períodos desconectado para se reconectar com atividades prazerosas. “É essencial viver o momento presente sem distrações tecnológicas para melhorar a qualidade das experiências diárias”.
Embora o detox digital possa proporcionar alívio temporário, é importante usá-lo como um ponto de partida para refletir sobre os hábitos tecnológicos e buscar um equilíbrio saudável. O objetivo é desenvolver uma relação mais consciente com a tecnologia e restaurar a qualidade dos pequenos prazeres da vida, como assistir a um filme inteiro sem pegar no celular
A crescente dependência de celulares está moldando nossas experiências e interações. Refletir sobre o impacto do uso excessivo é crucial para recuperar os prazeres simples e essenciais da vida.