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COP30: O futuro das florestas

Foto: Stockphotos

O estado do Pará está se preparando para sediar a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em Belém, em novembro de 2025. Estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) indicam que mais de 40 mil visitantes são esperados nos dias principais do evento, incluindo aproximadamente 7 mil pessoas pertencentes à “família COP”, composta por equipes da ONU e delegações de países membros.

A realização da COP30 em uma região como a Amazônia coloca em evidência um dos grandes debates sobre a preservação ambiental: o desmatamento. O transporte de toras de madeira, por exemplo, muitas vezes está relacionado a essa questão. Embora o desmatamento seja uma preocupação central, é fundamental lembrar que nem toda extração de madeira é ilegal. A exploração sustentável da floresta, por meio de práticas como o manejo florestal, é uma estratégia crucial para garantir a preservação e o uso consciente dos recursos amazônicos.

Esses temas estarão no centro das discussões da COP30, onde o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental será um dos desafios para as delegações presentes.

Desmatamento legal e ilegal

O desmatamento é definido como a remoção completa da cobertura vegetal e pode ser legal quando autorizado por órgãos ambientais para novos empreendimentos. No entanto, torna-se ilegal quando visa à apropriação indevida de terras, como ocorre com a “grilagem”, prática que é uma das principais causas do desmatamento ilegal na Amazônia. Entre 2019 e 2021, 51% do desmatamento no bioma amazônico ocorreu em terras públicas.

Obter dados precisos sobre o desmatamento legal ainda é um desafio. Em 2023, o IBAMA autorizou 2.790 pedidos de supressão, totalizando 101.383 hectares. Contudo, a quantidade real pode ser maior, uma vez que estados e municípios também podem emitir essas autorizações. O MapBiomas apontou que, dos 1.829.597 hectares de vegetação nativa desmatada em 2023, 26,8% têm autorização registrada, caracterizando desmatamento aparentemente legal.

A floresta como recurso

O manejo florestal é uma prática que visa a exploração sustentável das florestas, garantindo tanto a oferta de madeira de origem controlada quanto a saúde da própria floresta. Historicamente, a madeira foi crucial para a sobrevivência e desenvolvimento humano, e o manejo florestal surgiu como uma ciência no século 18, na Europa, diante da escassez de madeira.

Nas florestas, há um equilíbrio delicado entre os processos de crescimento e destruição. Embora árvores possam ter ciclos de vida longos, elas eventualmente envelhecem e morrem, liberando o carbono armazenado para a atmosfera. A renovação da floresta ocorre naturalmente por meio de clareiras, abertas pela queda de árvores, um processo fundamental para a regeneração e diversidade florestal.

Importância do manejo florestal

O manejo florestal controla a exploração de madeira de forma sustentável, evitando que as florestas atinjam um ponto de estagnação, onde o crescimento e a capacidade de sequestrar carbono são reduzidos. Em 2023, foram autorizados 627 novos planos de manejo, abrangendo 4.531.143 hectares. O Brasil tem um grande potencial para expandir essa prática.

Um exemplo da eficácia do manejo florestal pode ser visto na Alemanha, onde florestas manejadas mostram maior diversidade e vitalidade em comparação com áreas intocadas. O manejo florestal permite que árvores de diferentes espécies e tamanhos se regenerem, promovendo um ecossistema mais saudável e dinâmico.

Conclui-se que a exploração responsável da floresta, por meio do manejo florestal, é essencial para garantir sua preservação e renovação. Assim, o transporte de madeira proveniente dessas áreas não deve ser visto como algo negativo, desde que siga as diretrizes de sustentabilidade.

Com informações de The Conversation.

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