O Brasil viu uma expansão significativa de áreas urbanizadas nos últimos 40 anos, especialmente em locais de risco, como encostas e áreas propensas a deslizamentos. Segundo um levantamento do MapBiomas, entre 1985 e 2023, o crescimento nas encostas foi de 3,3% ao ano, superior à média nacional de urbanização de 2,4% anuais.
As cidades mais afetadas por essa expansão em regiões de risco são do Rio de Janeiro, com 811 hectares adicionais em encostas, seguidas por São Paulo, que registrou um aumento de 820 hectares, e Belo Horizonte, com mais 532 hectares. A maior parte dessa urbanização ocorre em áreas da Mata Atlântica, onde, apesar da legislação que proíbe o parcelamento do solo em encostas com declividade superior a 30%, mais de 47 mil hectares de terrenos irregulares foram urbanizados.
O estudo também alerta para o crescimento de áreas urbanas próximas a rios e córregos. Em média, a cada quatro hectares de expansão urbana, um foi em locais com risco de inundação, com altitudes de até três metros acima do nível dos rios. Além disso, o levantamento revela a ampliação das favelas no país, que somaram mais de 180 mil hectares desde 1985. A região Norte concentra 24% das áreas urbanas em favelas.
Esses dados indicam que o crescimento desordenado e a falta de planejamento urbano nas cidades brasileiras podem intensificar os impactos das mudanças climáticas, tornando as populações mais vulneráveis a desastres naturais. A gestão urbana mais eficaz é urgente, com investimentos em infraestrutura e planejamento sustentável para garantir a segurança e qualidade de vida nas áreas em expansão.