Brasil e Reino Unido firmam parceria para descarbonização industrial do Brasil. Durante a COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, os governos do Brasil e do Reino Unido firmaram uma parceria estratégica com o objetivo de descarbonizar as indústrias. Essa ação conjunta visa, principalmente, a transição para uma economia de baixo carbono, que utilize fontes de energia limpa, como minerais estratégicos e hidrogênio de baixo carbono.
A colaboração entre os dois países ocorre por meio de um “hub de descarbonização”. Essa iniciativa, portanto, não só reforça as políticas de sustentabilidade, como também coloca os dois países na vanguarda das soluções para um futuro mais verde. Além disso, a parceria será novamente discutida na próxima COP30, que ocorrerá em Belém, no Brasil, em 2025.
Desafios para a descarbonização industrial do Brasil
Clovis Zapata, economista da UNIDO no Brasil, apontou que um dos maiores desafios para a descarbonização no país é desenvolver modelos de negócios capazes de integrar tecnologias de baixo carbono sem comprometer o crescimento econômico. Esse desafio é ainda maior nos setores de aço, cimento e petroquímicos, em que os processos industriais são difíceis de adaptar.
Zapata também destacou a necessidade de facilitar investimentos na descarbonização e na modernização da infraestrutura industrial. Nesse sentido, a parceria com o Reino Unido visa atrair recursos técnicos e financeiros, tanto nacionais quanto internacionais, para apoiar políticas públicas e projetos sustentáveis.
Investimentos e expertise do Reino Unido
O Reino Unido contribuirá com financiamento climático, além de seu vasto conhecimento em tecnologias inovadoras e políticas públicas focadas na transição energética. De acordo com Zapata, essa colaboração complementa as iniciativas brasileiras nas áreas de energias renováveis e biocombustíveis, nos quais o Brasil já é uma referência global.
Além disso, a parceria entre os dois países tem o objetivo de criar um ambiente de cooperação bilateral que promova inovação e o desenvolvimento de soluções replicáveis globalmente. Esse esforço, portanto, poderá beneficiar especialmente outros países do Sul Global, que enfrentam desafios econômicos e industriais semelhantes aos do Brasil.
Desafios no descarte de tecnologias de energia limpa
Outro ponto importante a ser abordado é o descarte adequado das tecnologias utilizadas para gerar energia limpa, como sistemas solares e eólicos. A comunidade internacional, por sua vez, já está atenta a essa questão. Contudo, o Reino Unido e a União Europeia têm sistemas avançados para coleta, descontaminação e reciclagem desses materiais.
Em 2025, o Brasil também deverá implementar um projeto de cooperação com o governo federal, visando aprimorar o sistema de reciclagem de materiais e metais críticos. Esse será, sem dúvida, um passo essencial para garantir a sustentabilidade de longo prazo dessa transformação industrial.
