Dólar atinge recorde, cotado a R$ 6,26
O dólar atinge recorde histórico após votação do pacote fiscal, atingindo R$ 6,26 nesta quarta-feira (18). A moeda norte-americana subiu 2,82% no dia, o que reflete as tensões econômicas no Brasil e no exterior. Além disso, esse aumento resultou das decisões do Federal Reserve (Banco Central dos EUA), que cortou juros, e da crescente incerteza sobre o pacote fiscal do governo brasileiro.
Com a cotação inicial a R$ 6,11, o dólar variou ao longo do dia. Embora tenha desacelerado no final da manhã, o valor subiu novamente após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o comunicado do Fed. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 6,2707. Além disso, a falta de intervenção do Banco Central no câmbio também contribuiu para a volatilidade.
Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuou 3,15%, atingindo o menor nível desde junho, com 120.772 pontos. A decisão do Fed de reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, agravou ainda mais o cenário, uma vez que a instituição indicou que cortes futuros podem ser mais raros.
Incertezas fiscais no Brasil
O pacote fiscal do governo federal, que visa economizar R$ 70 bilhões até 2026, também influenciou o mercado. A proposta foi parcialmente aprovada na noite anterior, com a aprovação do primeiro projeto que restringe incentivos fiscais em anos de déficit e permite cortes em emendas parlamentares. A votação do restante do pacote, entretanto, não ocorreu até o fim da tarde.
O mercado acredita que as medidas não incluem cortes em despesas estruturais, como na Previdência e na saúde, que apresentam crescimento acelerado. Especialistas afirmam que o impacto fiscal será limitado e pressionam o governo por ações mais eficazes no controle do endividamento público.
Nesse cenário, o dólar atingiu recorde histórico, o que reflete a combinação de juros elevados nos Estados Unidos e incertezas fiscais no Brasil, o que gerou um estresse considerável nos mercados financeiros. Juros altos em economias avançadas atraem capital estrangeiro, enfraquecendo moedas e bolsas de países emergentes, como o Brasil.