MP investiga atrasos e falta de transparência na obra de revitalização da antiga rodoviária de Campo Grande
A revitalização do complexo da antiga rodoviária de Campo Grande, iniciada em junho de 2022, está sob investigação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS). A apuração, conduzida pela 31ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, foi aberta após denúncias de atrasos, sucessivos aditivos contratuais e falta de transparência por parte da administração municipal.
Segundo o promotor de Justiça Humberto Lapa Ferre, a investigação também considera o impacto social e a segurança pública da região, localizada na área central da cidade, entre as ruas Dom Aquino, Barão do Rio Branco, Vasconcelos Fernandes e Joaquim Nabuco.
A obra, que tinha prazo inicial de 360 dias, já passou por várias prorrogações. O contrato original, firmado com valor de R$ 16,5 milhões, foi aditivado e hoje chega a R$ 18,5 milhões. De acordo com relatório técnico da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), a execução está 47,5% concluída financeiramente.
A região do antigo terminal rodoviário é considerada crítica em termos de segurança. Dados da Polícia Militar indicam que, entre maio de 2024 e maio de 2025, foram registradas 53 ocorrências de furto, 21 de tráfico de drogas, nove de receptação e 68 prisões. Comerciantes e moradores relatam insegurança e presença constante de pessoas em situação de vulnerabilidade, o que afeta o comércio local e o trânsito.
Quando finalizada, a obra deve abrigar a sede da Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social e da Fundação Social do Trabalho (Funsat). No entanto, sem previsão para conclusão, o projeto segue sendo motivo de preocupação para quem vive e trabalha na região central da Capital.
