Na manhã desta quinta-feira, cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) foram afastados de suas funções devido a suspeitas de corrupção e venda de sentenças. A operação, denominada “Ultima Ratio”, é um desdobramento da investigação “Operação Mineração de Ouro”, iniciada em 2021.
Os desembargadores afastados incluem o atual presidente do TJMS, Sérgio Fernandes Martins, e outros quatro colegas: Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Sideni Soncini Pimentel e Marcos José de Brito Rodrigues.
A Polícia Federal (PF) está cumprindo 44 mandados de busca e apreensão em cidades como Campo Grande, Brasília, São Paulo e Cuiabá. A operação mobilizou cerca de 220 agentes, incluindo servidores da Receita Federal, com o objetivo de aprofundar as investigações sobre um esquema de corrupção que envolve a venda de decisões judiciais e outros crimes, como lavagem de dinheiro e extorsão.
Além dos desembargadores, também estão sendo investigados um juiz de primeira instância, dois desembargadores aposentados, um procurador de Justiça, nove advogados e empresários que supostamente se beneficiaram do esquema.
Os desembargadores afastados deverão usar tornozeleiras eletrônicas e estão proibidos de acessar órgãos públicos ou se comunicar com outros investigados. O afastamento inicial é de 180 dias.
O TJMS reconheceu a operação, mas informou que não pode se manifestar detalhadamente até ter acesso completo aos autos da investigação. A operação “Ultima Ratio” ressalta a necessidade de transparência e integridade no sistema judicial, gerando preocupações sobre a confiança pública nas instituições do estado. As investigações continuam para esclarecer as responsabilidades e eventuais conexões entre os envolvidos.