As mudanças climáticas, um dos temas mais debatidos globalmente, estão praticamente ausentes nas propostas dos candidatos à prefeitura de Campo Grande. Enquanto cidades em todo o mundo enfrentam desafios como o aumento das temperaturas, secas e eventos extremos, o foco do debate local permanece em questões como segurança, saúde e educação.
Nos últimos anos, eventos climáticos extremos impactaram diversas regiões do Brasil, mas esse tema não aparece nas pautas de alguns candidatos das maiores capitais do país. Apesar da crescente preocupação da população com os efeitos das mudanças climáticas em suas comunidades, os postulantes ao Executivo municipal não consideram essa questão como prioridade em seus planos de governo.
Especialistas alertam que a falta de atenção ao clima pode ter consequências a longo prazo, principalmente em uma cidade que já sente os efeitos das mudanças, como a seca severa, queimadas, crise hídrica, ondas de calor e enchentes. No entanto, até o momento, a questão não parece ser uma prioridade para os candidatos, refletindo a falta de pressão popular sobre o tema.
E com a proximidade das Eleições 2024, a Associação Brasileira de Municípios (ABM) ressalta a importância das cidades no enfrentamento da crise climática e a relevância de candidatos comprometidos com essa causa. O diretor executivo da ABM, Eduardo Tadeu, afirma que embora o problema seja global, os impactos são sentidos localmente. A ABM alerta que, diante do aumento de eventos extremos, é fundamental que os prefeitos compreendam como suas cidades podem ser afetadas pelas mudanças climáticas e atuem de forma eficaz para mitigar esses efeitos.
Eduardo Tadeu destaca que os municípios precisam ter planos de prevenção e adaptação para responder rapidamente a desastres climáticos. Tadeu enfatiza que negar a existência do problema é extremamente prejudicial, e que desastres continuarão a ocorrer, independentemente de serem negados. Ele também salienta a importância de que os candidatos apresentem propostas concretas, como planos para prevenir enchentes, deslizamentos e controlar o desmatamento, além de promover mais áreas verdes. Tadeu afirma que os prefeitos têm um papel crucial no combate à crise climática
A ABM sugere que o primeiro passo seja a criação de inventários de emissões de gases poluentes para identificar as principais fontes. A entidade também recomenda que as prefeituras elaborem mapas de riscos de desastres, fundamentais para orientar planos de prevenção e adaptação.
Apesar da relevância global, a ausência do debate climático nas campanhas revela a necessidade de maior conscientização e engajamento da população para que o tema seja tratado com a urgência necessária.