Conflito Brasil x EUA: revogação de vistos e impactos do tarifário americano
Nos últimos dias, a relação entre Brasil e Estados Unidos ganhou contornos de tensão com o anúncio do governo americano sobre o cancelamento de vistos de integrantes do governo brasileiro. Entre os afetados estão Moisés Júlio Tabosa Salles, secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, organizador da COP 30 no Pará. A medida foi comunicada pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, e é interpretada como uma reprovação ao programa Mais Médicos, que trouxe profissionais cubanos para atuar no SUS.
Em paralelo, vereadores de Campo Grande tentaram aprovar uma moção de apoio ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, que negocia com autoridades americanas questões como tarifação de 50% sobre produtos brasileiros e revogação de vistos de ministros do STF. A moção, porém, foi rejeitada por 11 votos contra 10, apesar do apoio de representantes do PL, PP, Avante, Podemos, Republicanos e União Brasil.
Especialistas alertam que a atuação do deputado, ao discutir políticas externas com o governo dos EUA, configura crime segundo a legislação brasileira, já que ele não possui autorização oficial para representar o país.
No campo econômico, o presidente Lula anunciou o Plano Brasil Soberano, com linhas de crédito de R$ 30 bilhões, adiamento de tributos e compras públicas para mitigar os efeitos do tarifácio americano sobre pequenas empresas. Apesar das medidas, economistas afirmam que o plano pode não ser suficiente para proteger empregos e empresas afetadas.
Já em Mato Grosso do Sul, o governador Eduardo Riedel celebra a possibilidade de abrir o mercado de tilápia em Singapura, uma alternativa para driblar as restrições comerciais impostas pelos EUA. Atualmente, 80% da tilápia produzida no estado é exportada para os Estados Unidos, que não incluíram o produto na lista de isenções da tarifa de 50%.
O cenário político e econômico segue em atenção, com impactos diretos no comércio exterior e na política interna brasileira.