O papel da terapia tântrica no resgate da conexão amorosa

O papel da terapia tântrica no resgate da conexão amorosa
Terapeuta Júlio Marques - Foto: Roberta Dorneles/Blink 102FM

Café com Blink: Terapia tântrica para resgatar a conexão e o erotismo nas relações

No programa “Café com Blink”, o terapeuta Júlio Marques abordou temas cruciais sobre relacionamentos, aprofundando-se na importância do autoconhecimento, do diálogo e da sexualidade positiva para a saúde das relações duradouras.

Em uma conversa franca e reveladora, Júlio Marques, terapeuta especializado em desenvolvimento sensorial e resgate da conexão em casais, trouxe à tona os desafios mais comuns enfrentados por quem busca manter a chama acesa. Muitos casais chegam ao consultório com a queixa de falta de conexão e dificuldade na intimidade física, aquela “faísca” do início do relacionamento que parece se perder com o tempo.

Marques explica que, em relacionamentos mais longos, o desejo tende a ser mais “responsivo”, ou seja, precisa ser trabalhado com mais calma e tempo para “esquentar”. No entanto, é possível resgatar essa faísca através do erotismo, não apenas no sentido sexual, mas como atração e desenvolvimento da libido. “O erotismo está muito ligado ao mistério, à promessa, à expectativa criada através do planejamento”, afirma o terapeuta, desmistificando a ideia de que essas coisas não podem ser planejadas.

Os desafios dos relacionamentos modernos: Falta de conexão e fuga da intimidade

A principal queixa no consultório de Júlio é a falta de conexão, dificuldade de desejo e baixa libido. Ele enfatiza que esses problemas não significam falta de amor. “A relação amorosa, principalmente um casamento, é estruturada em coisas muito mais profundas do que só uma relação”, explica, citando lealdade, história, patrimônio e criação de filhos como pilares importantes.

As responsabilidades e o estresse da vida moderna muitas vezes roubam do casal o tempo e a energia para nutrir o erotismo e a intimidade. A procrastinação do “deixar para amanhã” o beijo, o abraço e a intimidade pode ser, segundo Marques, uma fuga de conversas mais profundas e necessárias. “O casal precisa olhar para isso, em algum momento vai ter que olhar”, pontua.

Autoconhecimento e diálogo: Pilares para a reconstrução

Para resgatar a relação, Júlio Marques destaca a importância de começar por si mesmo, através do autoconhecimento. “Você primeiro precisa se conhecer, saber quem você é”, afirma. Isso envolve ser honesto consigo mesmo sobre seus sentimentos, gostos e desgostos, e ter a coragem de “tirar a máscara” que muitas vezes construímos para nos mostrar aos outros. “Você não tem como ser amado se você tem uma máscara na sua frente, a pessoa está amando a sua máscara, não está te amando de verdade.”

O diálogo é outro ponto fundamental. O terapeuta aconselha que, em momentos de raiva, o diálogo seja adiado para que as duas partes se acalmem e possam discutir de forma mais madura e menos violenta.

A sexualidade e as “traições digitais”

Sobre a recorrência de traições, Júlio Marques é direto: “Traem muito, e vão continuar traindo”. Ele argumenta que o modelo atual de casamento não está preparado para lidar com a natureza sexual humana. A repressão e a proibição em relação à sexualidade, que ainda permeiam a sociedade, impedem que as pessoas se expressem abertamente sobre a atração por outros. Marques defende a criação de um espaço de diálogo onde seja possível conversar e até rir sobre essas questões, promovendo uma educação sexual positiva que traga leveza à sexualidade.

A discussão sobre “traição digital”, como curtir fotos sensuais nas redes sociais, também foi abordada. Embora cada casal tenha seus combinados, Marques considera um exagero rotular isso como traição. No entanto, ele ressalta a importância de investigar a dor que tal atitude pode causar no parceiro. “Por que eu estou sentindo essa dor? Será que algum comportamento passado dele te trouxe essa dor e uma insegurança?”, questiona, incentivando a aprofundar a conversa e investigar as raízes do incômodo.

Lidando com relações tóxicas e o trabalho terapêutico

Marques abordou uma situação delicada trazida por uma ouvinte: o marido dormir fora de casa no Dia dos Namorados. Para ele, isso é um sinal de toxicidade importante e falta de respeito. “Essa pessoa vai precisar falar: ‘Olha, eu preciso me amar. Porque esse relacionamento realmente pode ser uma coisa muito tóxica na minha vida'”, aconselha. O primeiro passo é conversar consigo mesma para estabelecer limites e decidir o que é aceitável ou não.

Para ajudar casais e indivíduos a navegarem por esses desafios, Júlio Marques e sua esposa oferecem um trabalho terapêutico baseado em tantra, meditação e sexualidade positiva. Eles promovem cursos e atendimentos voltados para o desenvolvimento sensorial dos casais, ensinando a interagir fisicamente de variadas maneiras, utilizando os sentidos e explorando técnicas de massagem. O objetivo é oferecer uma educação sexual mais prática, voltada para a conexão e o prazer de forma orientada e terapêutica.

O contato para conhecer mais sobre o trabalho de Júlio Marques e sua esposa é através do Instagram e site Tantra Yoga Lab (@tantrayogalab), onde são oferecidos cursos para casais e também para pessoas individuais, com dicas valiosas para o resgate da intimidade e do prazer.

Confira a entrevista completa:

Assista a Blink ao vivo.

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