Campo Grande promove debate sobre uso de evidências científicas na saúde pública

Campo Grande promove debate sobre uso de evidências científicas na saúde pública
Doutora Mariana Gabriel

Campo Grande sedia encontro nacional que aproxima ciência e decisões do SUS

Campo Grande se tornou, nesta semana, o centro do debate nacional sobre ciência e políticas públicas de saúde. De 12 a 14 de novembro, especialistas de várias regiões do Brasil participam da Oficina Nacional do projeto FortNEVS, iniciativa do Ministério da Saúde e da Fiocruz Mato Grosso do Sul que busca fortalecer núcleos de evidências e aproximar o conhecimento científico das decisões tomadas por gestores públicos.

A doutora Mariana Gabriel, uma das representantes do evento, destacou em entrevista ao Café com Blink que o objetivo central é reduzir a distância entre o que é produzido nas universidades e o que realmente chega ao cidadão por meio das políticas públicas. “As pesquisas muitas vezes ficam restritas à academia, e o gestor, prefeito, governador, nem sempre tem acesso a essas informações. O FortNEVS cria essa ponte”, explicou.

Atualmente, o Brasil conta com 40 núcleos de evidências atuando em diferentes estados. O projeto piloto selecionou oito deles, considerados estratégicos, para receber capacitação e troca de experiências. Entre os temas debatidos estão violência contra mulheres, vigilância sanitária, comunicação científica e o uso de inteligência artificial aplicada à saúde.

Segundo Mariana, traduzir o conhecimento científico para uma linguagem acessível e aplicável é uma urgência. “Isso ajuda a direcionar melhor os recursos públicos e garante que investimentos sejam feitos onde realmente fazem diferença”, afirmou. Ela também destacou que decisões mais bem embasadas reduzem riscos, aumentam o impacto social e fortalecem o SUS.

O encontro também reuniu representantes do Ministério da Saúde, pesquisadores, gestores municipais e estaduais, além de membros da sociedade civil. A diversidade, segundo Mariana, é fundamental para que as políticas informadas por evidências considerem aspectos científicos, culturais e sociais.

O núcleo pantaneiro, coordenado pela professora Sandra Leone, é referência nacional e foi escolhido para sediar a oficina justamente por sua atuação consolidada. A expectativa é que, em 2026, o projeto seja ampliado para os 40 núcleos do país.

A programação encerra nesta quinta-feira, com oficinas sobre tradução do conhecimento e uso da inteligência artificial, além da apresentação dos produtos desenvolvidos ao longo do projeto, materiais que devem ter impacto direto na tomada de decisões do SUS.

O evento é realizado no Hotel Novotel Campo Grande e reforça o papel da capital sul-mato-grossense como polo de ciência, inovação e políticas públicas em saúde.

Confira a entrevista completa:

Assista a Blink ao vivo.

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