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Ansiedade entre crianças e adolescentes ultrapassa a de adultos pela primeira vez no Brasil

Foto: Stockphotos

Brasil é o país com a maior prevalência de transtornos de ansiedade no mundo, aproximadamente 9,3% dos brasileiros sofrem de ansiedade patológica

Pela primeira vez, o Brasil registrou níveis de ansiedade entre crianças e adolescentes superiores aos encontrados em adultos. Este fenômeno reflete uma tendência crescente, destacada por um recente estudo que aponta a infância e a adolescência como as fases mais vulneráveis à ansiedade.

O Brasil é o país com a maior prevalência de transtornos de ansiedade no mundo, segundo a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Aproximadamente 9,3% dos brasileiros sofrem de ansiedade patológica. Essa situação destaca um problema crescente na saúde mental brasileira, exacerbado por fatores sociais e econômicos complexos.

Dados recentes mostram que a ansiedade tem se tornado um problema cada vez mais comum entre os jovens brasileiros. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência de transtornos de ansiedade na população jovem ultrapassou a dos adultos pela primeira vez. Estima-se que uma parcela significativa de crianças e adolescentes apresentaram sintomas de ansiedade e depressão durante o período de atividades remotas causadas pela pandemia de COVID-19.

O isolamento social, a falta de interação com colegas e a pressão acadêmica contribuíram para o aumento dos níveis de ansiedade entre crianças e adolescentes. A psicóloga Adriana Moreira explica que fatores como o pouco acesso a serviços de saúde mental, inseguranças econômicas e a alta carga de trabalho dos pais também desempenham papéis importantes no desenvolvimento desses transtornos.

Fatores contribuintes

Além do impacto da pandemia, especialistas apontam que a exposição a conteúdos e comparações nas redes sociais também contribui para a alta prevalência de ansiedade entre os jovens. O uso intenso de tecnologia e a pressão para atender a padrões irreais frequentemente intensificam os sentimentos de inadequação e medo.

Nas redes sociais, onde a vida das pessoas é frequentemente apresentada de maneira idealizada, os jovens podem sentir-se constantemente comparados e pressionados a corresponder a essas expectativas, o que pode agravar problemas de saúde mental. Essa combinação de fatores contribui para um ambiente emocionalmente desafiador, onde os padrões de perfeição e sucesso exibidos online afetam a autoestima e o bem-estar psicológico.

O tratamento precoce é crucial para lidar com a ansiedade em jovens. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é frequentemente recomendada como uma abordagem eficaz para ajudar a gerenciar e reduzir os sintomas. A falta de tratamento pode levar a problemas mais graves, como a depressão, que afeta cerca de 300 milhões de pessoas no mundo.

O estigma associado aos transtornos mentais, conhecido como psicofobia, continua a ser um desafio significativo. Muitas famílias hesitam em buscar ajuda especializada devido ao medo de julgamento ou preconceito. Desmitificar a saúde mental e promover uma discussão aberta sobre o tema são passos essenciais para garantir que os jovens recebam o suporte de que precisam.

Acesso ao tratamento

É crucial que escolas, pais e profissionais de saúde estejam atentos aos sinais de ansiedade e promovam um ambiente de apoio para os jovens. Políticas públicas que incentivem a educação sobre saúde mental e melhorem o acesso a serviços de apoio podem ajudar a enfrentar essa crescente crise.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece suporte a pessoas com sofrimento psíquico através da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Dentro dessa rede, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) desempenham um papel fundamental, oferecem diferentes modalidades de atendimento, como serviços voltados para crianças e tratamentos especializados para usuários de álcool e drogas.

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