Burnout cresce entre trabalhadores e levanta debate sobre saúde mental e direitos previdenciários

Burnout cresce entre trabalhadores e levanta debate sobre saúde mental e direitos previdenciários
Dra. Kelly Luisa Ferreira do Valle, advogada

Burnout cresce em MS e já leva trabalhadores ao afastamento pelo INSS

A campanha Setembro Amarelo reforça a importância do cuidado com a saúde mental e chama atenção para o aumento de diagnósticos de Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional. A doença, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como relacionada diretamente às condições de trabalho, tem levado cada vez mais trabalhadores a afastamentos.

Em Mato Grosso do Sul, dados do Ministério do Trabalho e Emprego apontam que, em 2024, 72 auxílios-doença foram concedidos em razão do Burnout, número que acende alerta sobre os impactos da doença na vida profissional e pessoal.

De acordo com a advogada Kelly Ferreira, especialista em direito trabalhista e previdenciário, o diagnóstico de Burnout garante ao trabalhador direitos assegurados pela legislação brasileira.

“Quando comprovado o nexo entre a doença e o ambiente de trabalho, o benefício pode ser enquadrado como auxílio-doença acidentário, o que assegura estabilidade de 12 meses após o retorno às atividades. Em casos graves, em que não há condições de retorno, é possível solicitar aposentadoria por invalidez”, explica.

Sinais de alerta do Burnout

  • Cansaço físico e mental constante;
  • Irritabilidade, ansiedade e queda de concentração;
  • Insônia ou sono não reparador;
  • Redução da produtividade e falta de motivação;
  • Sintomas físicos como dores musculares, de cabeça e problemas gastrointestinais.

Como agir

  • Procurar acompanhamento médico (psiquiatra ou psicólogo) para obter diagnóstico;
  • Guardar laudos e exames, que servem como comprovação junto ao INSS;
  • Solicitar auxílio-doença em casos de afastamento superior a 15 dias;
  • Se comprovada a relação com o trabalho, pedir o enquadramento como doença ocupacional, que garante mais direitos.

Para a advogada, o tema exige atenção também por parte das empresas. “Há normas recentes que orientam medidas de prevenção e cuidado no ambiente de trabalho. O ideal é que os empregadores busquem apoio especializado para manter um espaço saudável e equilibrado para seus colaboradores”, orienta.

O debate sobre o Burnout, ampliado pelo Setembro Amarelo, mostra que cuidar da saúde mental é também uma questão de direito trabalhista e previdenciário.

Confira a entrevista completa:

Assista a Blink ao vivo.

Compartilhe o texto: