Em entrevista ao programa Café com Blink, a vereadora Luísa Ribeiro (PT) trouxe denúncias graves sobre o transporte coletivo de Campo Grande. Segundo ela, a CPI do Consórcio Guaicurus revelou problemas sérios como superlotação, frota sucateada e até linhas fantasmas — quando os ônibus constam no sistema, mas simplesmente não circulam nas ruas.
Luísa destacou que os veículos têm, em média, 8,9 anos de uso, bem acima do permitido pelo contrato, que exige média de cinco anos. Além disso, alguns ônibus têm até 14 anos de rodagem, descumprindo completamente o que foi acordado entre o consórcio e a Prefeitura. “Estamos investigando uma possível fraude. Há casos em que a empresa inclui horários no sistema, mas esses ônibus não existem de fato”, afirmou a vereadora.
Ela também comentou a sensação de que o serviço piorou após o início da CPI, com mais atrasos e supressão de horários. “A CPI não é contra a população, é justamente a favor. É um instrumento da sociedade para entender o que está acontecendo com um contrato que custa caro para o cidadão e que não está sendo cumprido.”
Além do transporte, Luísa falou sobre o projeto de lei de sua autoria que garante o repasse direto de recursos às famílias que têm pessoas com deficiência e precisam de itens como fraldas, alimentação especial e sondas. O projeto, que havia sido vetado pela prefeita, teve o veto derrubado por unanimidade na Câmara.
“Essas famílias vivem um empobrecimento profundo. Uma mãe ou pai precisa parar de trabalhar para cuidar, as despesas aumentam, e o poder público se nega a fornecer o básico. Muitas recorrem à Justiça, ganham o direito, e mesmo assim a prefeitura não cumpre. Isso é desumano”, criticou.
Segundo Luísa, os recursos já existem, mas é preciso reorganizar o orçamento. “Por que não cortar o que é desvio, como plantões fantasmas e folha secreta? Dinheiro tem, o que falta é gestão e vontade política.”
A vereadora finalizou afirmando que, se a prefeita resolver essa questão com seriedade, pode contar com seu apoio. “A população quer solução. E nós estamos aqui pra cobrar e também pra construir.”
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