Pesquisa indica consumidor mais cauteloso, mas aumento no número de pessoas que irão presentear deve impulsionar comércio e serviços no fim de 2025
A economia de Mato Grosso do Sul deve movimentar R$ 824 milhões nas festas de fim de ano, segundo a Pesquisa de Intenção de Consumo para o Natal e Ano Novo 2025, realizada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS (IPF-MS) em parceria com o Sebrae/MS. Apesar do cenário econômico mais apertado e de um consumidor mais cauteloso, o aumento no número de pessoas que pretendem presentear deve garantir o fôlego do comércio e dos serviços nesta reta final de 2025.
Gastos: presentes, Natal e Ano Novo
Do valor previsto, R$ 226 milhões devem ser destinados à compra de presentes, R$ 243 milhões às comemorações de Natal e R$ 354 milhões às celebrações de Ano Novo. Mesmo expressivo, o total representa uma queda de 38% em relação ao ano passado, reflexo direto da restrição orçamentária das famílias e da reorganização das prioridades de consumo.
Natal: mais gente vai presentear, mas gastando menos
A pesquisa mostra que 69% dos sul-mato-grossenses pretendem presentear neste Natal. O gasto médio será de R$ 217,36, valor menor que o observado em anos anteriores. Os itens mais procurados seguem liderados por brinquedos, roupas, eletrônicos e cosméticos.
Entre os que não vão às compras, predominam motivos financeiros, como falta de dinheiro e insegurança para gastar. Para quem vai presentear, 66% darão preferência às lojas físicas, principalmente no centro de Campo Grande e nos shoppings.
Já 78% dos entrevistados devem comemorar o Natal, com gasto médio estimado em R$ 206,35. As celebrações seguem concentradas nas casas de familiares e amigos, com destaque para pratos preparados em casa.
Ano Novo movimentará mais
A intenção de comemorar o Ano Novo chega a 80% dos entrevistados, com gasto médio de R$ 294,19. Encontros familiares e alimentação representam a maior parte do orçamento. Viagens serão realizadas por 32%, sendo que 64% vão permanecer dentro do próprio estado.
13º salário: prioridade é organizar a vida financeira
Entre os que receberão o 13º (63%), apenas 11% pretendem usar o recurso para as comemorações de fim de ano. A maior parte deve destinar o valor para poupar (22%) e pagar contas iniciais do ano (17%).
Especialistas explicam o comportamento do consumidor
Para Regiane Dedé de Oliveira, economista do IPF-MS e coordenadora da pesquisa, o cenário aponta para um consumidor mais racional. “Observamos um público que reorganiza suas prioridades, mas que não abre mão de celebrar. O número maior de pessoas que pretende presentear mostra a importância dos vínculos afetivos, mas com escolhas mais criteriosas. Cabe ao comércio oferecer preços competitivos, bom atendimento e experiências que agreguem valor”.
Já o analista-técnico do Sebrae/MS, Paulo Maciel, destaca que os pequenos negócios precisam estar preparados. “O empresário precisa entender que 55% dos consumidores priorizam qualidade e 45% vão presentear os filhos, principalmente com brinquedos e roupas. A loja física segue sendo o local preferido, e o pagamento à vista é buscado por 60% dos clientes. Estoque, condições de pagamento e bom atendimento serão determinantes”.
Como foi feita a pesquisa
O levantamento foi realizado de 3 a 13 de novembro em Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Coxim, Bonito, Corumbá/Ladário e Três Lagoas. No total, 1.982 pessoas foram entrevistadas, com margem de erro entre 5% e 6% e nível de confiança de 95%.
