Crise diplomática: reunião entre Brasil e EUA é cancelada e governo anuncia medidas contra tarifaço
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a reunião marcada para esta quarta-feira (13) com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Besant, foi cancelada. Segundo ele, o motivo teria sido uma intervenção do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em resposta, Eduardo Bolsonaro negou qualquer participação no caso e atribuiu o cancelamento à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Lula só fala besteira por aí e inflama a crise diplomática”, disse em nota.
O impasse ocorre no momento em que o governo de Donald Trump anunciou a prorrogação, por mais 90 dias, da suspensão de tarifas sobre produtos chineses. Durante esse período, as tarifas americanas caíram de 145% para 30%, enquanto as taxas chinesas sobre produtos dos EUA diminuíram de 125% para 10%. A medida é vista por economistas como um avanço nas negociações entre os dois países, oportunidade que não foi estendida ao Brasil.
Para reduzir o impacto do chamado “tarifaço” imposto pelos EUA, o governo brasileiro deve editar nesta terça-feira (12) uma medida provisória com compensações às empresas afetadas. As ações devem incluir linhas de financiamento, compras públicas e incentivos fiscais. Haddad informou ainda que setores beneficiados poderão ter desconto ou isenção de tributos, com contrapartida opcional de manutenção de empregos.
No Mato Grosso do Sul, frigoríficos estão entre os segmentos atingidos. Especialistas avaliam que, apesar da redução das exportações de carne para os EUA, o mercado interno e outros destinos podem absorver a produção, o que pode provocar leve queda nos preços no Brasil.
