Superlotação nos ônibus de Campo Grande é tema de acalorada CPI municipal
Na sessão da Comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Câmara Municipal de Campo Grande realizada nesta quarta-feira (15), o diretor-presidente da AGETRAN, Paulo da Silva, trouxe esclarecimentos que causaram surpresa e indignação entre vereadores e público presente. O principal tema foi a superlotação nos ônibus, uma reclamação constante dos moradores, especialmente no bairro das Moreninhas.
O vereador Coringa (MDB) questionou se a AGETRAN já aplicou multas ao consórcio Guaicurus por transporte com passageiros além da capacidade permitida. Paulo da Silva explicou que, apesar das reclamações, o contrato de concessão vigente desde 2012 não prevê multas para casos de superlotação nos ônibus. Segundo ele, as multas aplicadas pela agência são baseadas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), mas esse código não sobrepõe o contrato em relação à superlotação.
O diretor ainda revelou que a AGETRAN emite cerca de 600 multas por mês ao consórcio, porém nenhuma foi paga até o momento, pois o consórcio recorre das infrações nas juntas de trânsito, que funcionam como órgãos de apelação. No total, desde o início do contrato, o consórcio acumula cerca de 17.600 multas.
O debate gerou um momento de tensão quando o vereador Wilson Lands (Avante), aliado da prefeita Adriane Lopes, interrompeu a fala da relatora da CPI, vereadora Ana Portela (PL), que criticava a instalação de câmeras para fiscalização no trânsito.
Ainda ontem (15), a AGETRAN publicou aviso de licitação que pode chegar a mais de 50 bilhões de reais, reforçando a expectativa de mudanças no sistema de fiscalização e no transporte público municipal.
A CPI tem até julho para encerrar os trabalhos e deve continuar a investigar a fundo as condições do transporte coletivo na capital sul-mato-grossense.
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