Delegadas da Deam são removidas após o caso do feminicídio de Vanessa Ricarte

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Foto: Stockphotos

Delegadas da Deam são removidas após o caso do feminicídio de Vanessa Ricarte

Em uma reviravolta após a repercussão do feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, três delegadas da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) foram removidas, conforme publicação no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira (27). As mudanças, que envolvem a titular Elaine Benicasa e as delegadas Riccelly Maria Albuquerque e Lucélia Constantino, ocorrem 45 dias após a morte de Vanessa e sete dias após a Corregedoria da Polícia Civil concluir que não houve erro no atendimento da vítima.

Riccelly Maria Albuquerque, que registrou o boletim de ocorrência, foi removida para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) em caráter “ex-officio”, a pedido da Administração. Lucélia Constantino, que atendeu a jornalista quando ela procurou a medida protetiva, foi removida a pedido e também será transferida para a Depac. Já Elaine Benicasa, que era a titular da Deam, foi removida a pedido e agora atuará na Delegacia-Geral da Polícia Civil (DGPC).

A remoção ocorre em um momento de reestruturação, logo após o caso de feminicídio de Vanessa, que foi esfaqueada pelo músico Caio Nascimento em 12 de fevereiro. Durante a investigação, áudios da jornalista indicaram falhas no atendimento recebido na Deam, embora a Corregedoria tenha apontado que os protocolos da Lei Maria da Penha foram seguidos.

O governo do Estado também anunciou a criação de um Grupo Técnico para revisar cerca de 6 mil boletins de ocorrência registrados pela Deam. Além disso, um convênio entre a Polícia Civil e o Governo de Mato Grosso do Sul foi firmado para garantir maior celeridade no cumprimento das medidas protetivas a mulheres vítimas de violência.

Após a remoção das delegadas, novas designações foram feitas para a Deam. A delegada Laís Mendonça Alves foi transferida da Depac para a Deam, e Cynthia Karoline Bezerra Gomes também foi designada para o quadro da delegacia especializada.

A morte de Vanessa Ricarte, que gerou grande comoção, trouxe à tona discussões sobre a eficiência do atendimento às mulheres vítimas de violência e a importância de se aprimorar os processos de proteção. O caso continua sendo acompanhado de perto pela sociedade, com exigências de respostas mais rápidas e efetivas às denúncias de feminicídios.

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