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Desmatamento no Cerrado apresenta queda de 25,7% após cinco anos de aumento

O desmatamento no Cerrado, o segundo maior bioma do Brasil, registrou uma queda pela primeira vez em cinco anos, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre agosto de 2023 e julho de 2024, a área desmatada foi de 8.174 km², o que representa uma redução de 25,7% em relação ao período anterior.

O levantamento foi realizado pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento no Cerrado por Satélite (Prodes Cerrado), que utiliza imagens de satélite para detectar mudanças na vegetação. O Inpe apontou que 76% do desmatamento ocorreu nos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — conhecidos como Matopiba, principal fronteira agropecuária da região. Nestes estados, o desmatamento diminuiu significativamente, com destaque para a Bahia, que registrou uma queda de 63,3%.

Essa redução no desmatamento também resultou em uma diminuição das emissões de dióxido de carbono (CO2), estimando-se que cerca de 41,8 milhões de toneladas de CO2 deixaram de ser liberadas na atmosfera. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, comemorou o resultado, destacando a contribuição do setor privado na mudança de cenário.

Apesar da queda, especialistas alertam que os índices ainda são elevados em comparação com os valores históricos e que é necessária maior colaboração do setor produtivo, especialmente em propriedades privadas, onde ocorre grande parte da destruição. A pressão das atividades agropecuárias e a fragilidade da legislação ambiental são fatores que dificultam um avanço mais significativo na preservação.

O governo federal também firmou um pacto com os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia para intensificar as ações contra o desmatamento e os incêndios ilegais na região. A parceria visa a melhoria da fiscalização e a promoção de medidas para a conservação dos recursos naturais do Cerrado.

Além disso, o Inpe também registrou uma queda no desmatamento da Amazônia Legal no mesmo período, com uma redução de 30,6% em relação ao ano anterior, o que representa o menor índice dos últimos 15 anos.

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