Preço do café pode subir até 15% nos supermercados nos próximos meses
O consumidor brasileiro deve sentir um novo aumento no valor do café nos próximos meses. Estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) indicam que o preço do produto pode subir até 15% nos supermercados, com parte do reajuste já iniciando em setembro e seguindo até outubro.
Apesar da alta, o setor aposta em uma safra recorde em 2026, que pode ajudar a estabilizar os preços. A previsão de produção positiva é apoiada pelo fenômeno climático La Niña, que tende a trazer chuvas mais regulares e temperaturas mais amenas, beneficiando as plantações.
O consumo do café no Brasil registrou queda de 5,46% no segundo quadrimestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado, mesmo com o inverno, tradicionalmente período de maior demanda. Indicadores preliminares de setembro, no entanto, apontam sinais de recuperação.
Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o café torrado e moído acumulou alta de 60,85% em 12 meses, sendo que as variedades mais consumidas, como o tradicional e o extraforte, tiveram aumento de 48,57% entre agosto de 2024 e agosto de 2025.
O aumento dos preços reflete estoques reduzidos e safras prejudicadas por fatores climáticos, incluindo a geada de 2021, que impactou áreas produtoras brasileiras, além de oscilações de chuvas e temperaturas em países como Vietnã, Colômbia e Indonésia.
No cenário global, a demanda por café segue alta, especialmente em países asiáticos, como China, Filipinas, Malásia, Índia e Vietnã, pressionando ainda mais os preços. Especialistas alertam que, mesmo com uma colheita recorde em 2026, dificilmente os valores retornarão aos níveis de 2023, sendo necessárias várias safras favoráveis para recompor os estoques e aliviar o mercado.
