Câmara e MP investigam ação da guarda em protesto que terminou em confronto no centro de Campo Grande

Câmara e MP investigam ação da guarda em protesto que terminou em confronto no centro de Campo Grande
Fotos: Reprodução da internet

Câmara convoca secretário e MP abre investigação após ação da guarda municipal em protesto no centro de Campo Grande

A atuação da Guarda Civil Municipal durante um protesto na Rua 14 de Julho, no último sábado, gerou fortes repercussões políticas e jurídicas em Campo Grande. A Câmara Municipal convocou oficialmente o secretário de Segurança, Anderson Gonzaga da Silva, para prestar esclarecimentos, enquanto o Ministério Público de Mato Grosso do Sul abriu investigação para apurar a conduta dos agentes.

O episódio ocorreu durante a inauguração do evento “Natal dos Sonhos”, quando manifestantes, entre eles mães atípicas, servidores públicos, idosos e apoiadores, cobravam melhores condições de atendimento para crianças com deficiência. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram empurrões, quedas e ações consideradas desproporcionais por parte da guarda, incluindo o momento em que uma senhora é empurrada por um agente.

A corporação afirmou que o grupo havia sido orientado a se afastar e recusou a ordem, o que teria motivado a intervenção. Duas pessoas foram conduzidas à delegacia por desacato, e a prefeitura informou que um dos detidos portava um canivete.

As imagens, no entanto, levantaram críticas sobre o uso excessivo de força contra pessoas em situação de vulnerabilidade, aumentando a pressão por explicações. A prefeita Adriane Lopes reagiu classificando o ato como uma tentativa de “atrapalhar um evento institucional”, atribuindo responsabilidade aos manifestantes.

A declaração provocou reação imediata no Legislativo. O presidente da Câmara, Epaminondas Vicente Silva Neto, o Papy, considerou a fala da prefeita “grave” e cobrou respeito às prerrogativas do parlamento. Ele reforçou que divergências são próprias do processo democrático e que o Executivo deve manter diálogo com o Legislativo.

A prefeita também acusou o ex-prefeito Marquinhos Trad e a ex-deputada federal Rose Modesto de orquestrar o protesto, afirmação rebatida pelos dois. Ambos negam qualquer envolvimento, chamam as acusações de “irresponsáveis” e afirmam que a mobilização foi espontânea, resultado do descontentamento com a gestão municipal. Eles anunciaram que irão acionar a Justiça nas esferas civil e penal para exigir retratação e indenização por danos morais.

O secretário Anderson Gonzaga será ouvido pela Câmara nesta quinta-feira, às 8h, em sessão convocada especialmente para esclarecer os procedimentos adotados pela Guarda Municipal. O Legislativo afirma estar empenhado em apurar as responsabilidades e entender as versões conflitantes sobre o caso.

A situação continua gerando tensão entre Executivo, Legislativo e sociedade civil, reacendendo o debate sobre direito à manifestação, atuação das forças de segurança e transparência na administração pública.

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