Temperaturas se mantêm muito acima da média e tendência indica que limite de 1,5°C pode ser ultrapassado
O planeta deve encerrar 2025 como um dos anos mais quentes já registrados, segundo novo boletim climático do observatório europeu Copernicus. A análise das temperaturas de novembro mostra que este ano está no mesmo patamar de 2023, ambos ocupando a segunda posição no ranking histórico, atrás apenas de 2024, que permanece como o mais quente desde o início das medições modernas.
Aquecimento acelerado
Entre janeiro e novembro, a temperatura média global ficou 1,48°C acima dos níveis pré-industriais, reforçando o ritmo acelerado de aquecimento observado na última década. A projeção é que a média do período 2023-2025 ultrapasse pela primeira vez o marco simbólico de 1,5°C, considerado um limite crítico pelos acordos internacionais de clima.
Para especialistas, o resultado é um sinal claro de que a crise climática está se intensificando. O secretário-geral da ONU, António Guterres, já havia alertado que manter o aquecimento abaixo desse limite se torna cada vez menos provável sem cortes drásticos nas emissões de gases de efeito estufa.
Novembro em nível extremo
O mês de novembro também chamou atenção, foi o terceiro mais quente da série histórica, registrando anomalia de 1,54°C acima da média pré-industrial. De acordo com o Copernicus, o período foi marcado por fenômenos extremos em diferentes partes do mundo.
Ciclones tropicais atingiram países do sudeste asiático, provocando enchentes severas e centenas de mortes. As Filipinas foram uma das mais afetadas, com quase 260 vítimas após a passagem de tufões consecutivos. Já Indonésia, Sri Lanka, Tailândia e Malásia enfrentaram novos episódios de alagamentos no início de dezembro.
Monitoramento contínuo
Os dados do Copernicus são baseados em informações de satélites, estações meteorológicas e modelos climáticos utilizados desde a década de 1940. O observatório reforça que a repetição de recordes anuais indica um padrão consistente, e preocupante, de aumento das temperaturas globais.









