Retorno do horário de verão é considerado “prudente”, mas decisão final depende de Lula
O retorno do horário de verão foi recomendado após uma reunião entre as principais autoridades do setor elétrico, realizada no Rio de Janeiro, na última quinta-feira (19). O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicou que a medida é prudente, mas o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a decisão final caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e deve ser tomada em até 10 dias.
Em coletiva à imprensa, Silveira admitiu não estar “100% convencido” de que o retorno do horário de verão seja a única solução viável. Ele enfatizou a necessidade de estudar outras alternativas e destacou a importância da coordenação nas políticas públicas, considerando que a complexidade do assunto nem sempre é compreendida pelo público.
O ministro ressaltou que a atual política energética do país é fundamentada na ciência e busca garantir segurança no suprimento e tarifas mais baixas. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o índice pluviométrico no Brasil é o menor registrado nos últimos 74 anos, o que demanda atenção nas decisões sobre o setor.
Silveira também observou que a adoção do horário de verão impacta diversas políticas públicas e setores econômicos, com um aumento de 5% na demanda de energia em setembro, indicando crescimento econômico. Apesar da ausência de uma crise energética, ele mencionou que a demanda entre 18h e 20h sobrecarrega o sistema, o que pode justificar a implementação de novas medidas.
O planejamento estratégico do governo considera a democratização da escolha da matriz energética, atualmente disponível apenas para indústrias de grande porte. O ministro destacou a dependência do sistema em relação às hidroelétricas, mencionando que fontes intermitentes de energia não garantem um abastecimento confiável para todo o país.