Diagnóstico precoce e respeito à diversidade são fundamentais no espectro autista, diz especialista

Um Café, Uma Entrevista: diagnóstico precoce e respeito à diversidade marcam o Dia do Orgulho Autista

Ontem (19) foi celebrado o Dia do Orgulho Autista. Para falar sobre o tema, o programa Café com Blink recebeu, por telefone, a neuropsicopedagoga Silvia Kelly Bosi, especialista no Transtorno do Espectro Autista (TEA). A entrevista abordou a importância do diagnóstico precoce, a diversidade de manifestações do espectro e os avanços na área.

De acordo com o Censo de 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou 2,4 milhões de pessoas com TEA no Brasil. Apesar disso, Silvia avalia que o número real pode ser maior. “Muitas vezes a pessoa não tem o diagnóstico fechado porque não procurou ajuda ou porque não entende os sinais”, explicou.

Durante a conversa, Silvia reforçou que o diagnóstico precoce pode trazer impactos positivos no desenvolvimento infantil. “Quando os sinais são percebidos ainda na infância, dentro dos marcos do desenvolvimento que constam na caderneta de vacinação, é essencial buscar um especialista. Quanto antes as intervenções começarem, melhores os resultados”, destacou.

A especialista também abordou a diversidade presente no espectro. “A palavra ‘espectro’ já mostra que existem diferentes formas de manifestação. Nenhuma pessoa autista será igual à outra. Algumas podem apresentar hipersensibilidade auditiva, outras estereotipias como flapping ou giros. O importante é observar o conjunto de comportamentos”, afirmou.

Questionada sobre a fobia social, Silvia explicou que ambientes com muitos estímulos sensoriais podem causar desconforto significativo. “É uma questão de adaptação. Com intervenções adequadas, é possível promover a socialização gradativa dessas pessoas.”

Sobre as causas do TEA, Silvia ressaltou que ainda não há uma resposta definitiva. Segundo ela, estudos apontam três hipóteses principais: fatores genéticos, ambientais e uso de psicofármacos durante a gestação. “Por isso é tão importante o acompanhamento pré-natal e o cuidado com fatores de risco”, completou.

A profissional também comentou sobre o aumento no número de diagnósticos. “Com o avanço da ciência, surgiram mais instrumentos validados no Brasil e mais profissionais capacitados. Isso tem facilitado a identificação e o acompanhamento de casos que antes passavam despercebidos.”

Para quem deseja acompanhar o trabalho da especialista, o Instagram é @silviakellybosi, onde ela compartilha conteúdos voltados à psicoeducação, com foco em famílias, profissionais da saúde e da educação.

Confira a entrevista completa:

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