Hoje no Café com Blink (24), recebemos o professor de biologia, Geraldo Damasceno, que abordou os impactos dos incêndios florestais na biodiversidade do Pantanal. Durante sua participação, Geraldo explicou como os eventos climáticos extremos ameaçam a região.
Confira a entrevista completa:
O Pantanal, uma região descrita pelo professor Geraldo Alves Damasceno Junior, do Instituto de Biociências da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), como “forjada e dependente do fogo”, enfrenta uma temporada recorde de incêndios. Apesar de sua umidade, o bioma é vulnerável a condições que favorecem queimadas, tornando-se uma preocupação crescente para a biodiversidade local.
Damasceno ressalta que este ano, o número alarmante de queimadas pode ser explicado pela chamada “Regra dos 30”, que se refere a 30 dias sem chuva, umidade abaixo de 30%, temperaturas superiores a 30°C e ventos acima de 30 km/h. Essas condições extremas se somam à quantidade significativa de biomassa gerada pelas inundações de 2023, após um período de seca severa que começou em 2019. Este acúmulo de material orgânico, como capins adaptados ao fogo, torna a região ainda mais suscetível a incêndios.
Além disso, a vegetação do Pantanal demora cerca de 20 anos para se recuperar após um incêndio, e as queimadas tendem a transformar áreas florestais em campos dominados por gramíneas, assim altera o ecossistema local.
Para mitigar os incêndios, o professor defende a implementação de políticas de manejo do fogo, que incluem um trabalho educativo e a redução da biomassa disponível na região. A necessidade de uma abordagem proativa é urgente, e o professor Damasceno conclui que somente através de políticas eficazes e do manejo consciente do fogo será possível preservar o Pantanal e sua rica biodiversidade.