Médicos denunciam risco de morte e sequelas graves em pacientes da santa casa de campo grande devido à falta de insumos

Médicos denunciam risco de morte e sequelas graves em pacientes da santa casa de campo grande devido à falta de insumos

Médicos denunciam risco iminente de morte e sequelas graves devido à falta de insumos na Santa Casa de Campo Grande

A situação na Santa Casa de Campo Grande chegou a um ponto crítico. Um grupo de médicos procurou a polícia para denunciar uma calamidade no hospital, que ameaça a vida de mais de 70 pacientes internados. Segundo os profissionais, esses pacientes correm risco iminente de morte ou de desenvolver sequelas graves, devido à falta de materiais e insumos essenciais para realizar as cirurgias de urgência e emergência.

Os médicos descreveram o cenário como “caótico”, com os setores de urgência, emergência e ortopedia sendo os mais afetados, devido ao grande volume de pacientes. A ortopedia, por exemplo, teve que fechar as portas para novos atendimentos, diante da escassez de materiais ortopédicos necessários para realizar cirurgias de urgência.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado pelos médicos, a falta de insumos já é uma realidade há semanas. Um dos médicos relatou à polícia que “não há nenhum material ortopédico disponível para a realização de cirurgias de urgência e emergência, que deveriam estar ocorrendo”. A escassez de materiais tem impedido que o hospital consiga atender à demanda de pacientes, levando à paralisação de cirurgias essenciais.

A situação se agravou ainda mais nas últimas semanas. O hospital está com um número elevado de pacientes, muitos dos quais necessitam de cirurgias ortopédicas urgentes. De acordo com os médicos, além dos 70 pacientes já registrados, novos casos de acidentes chegam constantemente à unidade, o que agrava ainda mais a situação.

Em resposta à situação crítica, a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande informou ao g1 que os médicos foram orientados pelo Conselho Regional de Medicina a registrar o boletim de ocorrência. Além disso, a secretaria afirmou que está em negociações com outras unidades hospitalares para tentar aliviar a sobrecarga na Santa Casa.

No entanto, a principal medida para resolver o colapso financeiro da Santa Casa foi uma decisão judicial favorável ao hospital. O juiz Marcelo Andrade Campos Silva, da 4ª Vara de Campo Grande, determinou o bloqueio de R$ 46 milhões da Prefeitura de Campo Grande, a serem repassados à Santa Casa. O valor, que foi destinado ao hospital pelo Governo Federal em 2020 devido à pandemia de Covid-19, ainda não foi repassado pela prefeitura, o que resultou em uma grave crise de financiamento.

A decisão judicial exige que a Prefeitura de Campo Grande efetue o repasse da verba no prazo de 48 horas, sob pena de sequestro de bens. A Santa Casa argumenta que a falta de pagamento está comprometendo a continuidade dos atendimentos de alta complexidade, que são realizados pela instituição, a maior da cidade. Caso o valor não seja liberado, a crise financeira pode piorar, impactando ainda mais a capacidade do hospital de atender à população.

A situação preocupa, principalmente, pela falta de materiais médicos e pela dificuldade em garantir o atendimento adequado aos pacientes. De acordo com a Santa Casa, o hospital já opera com um subfinanciamento crônico, e o atraso no repasse da verba só agrava o quadro. Médicos e diretores do hospital alertam que, caso a situação não seja resolvida, os danos para a saúde pública de Campo Grande podem ser irreparáveis.

Em sua defesa, a Prefeitura de Campo Grande alegou que a Procuradoria Geral do Município ainda não havia sido notificada sobre a decisão judicial, mas afirmou que tomará as providências necessárias quando isso ocorrer. A Secretaria Municipal de Saúde, por sua vez, insistiu que não há verba em atraso com o hospital, mas, segundo a Santa Casa, o repasse não é suficiente para cobrir os custos operacionais.

A crise no hospital reflete um problema maior de financiamento da saúde pública no município e levanta questões sobre a gestão dos recursos destinados ao setor. Os médicos, no entanto, alertam que o que está em jogo é a vida de milhares de pessoas, e que a situação precisa de uma solução urgente para evitar a piora do quadro.

Com o hospital à beira do colapso, a população de Campo Grande e região aguarda uma resposta imediata das autoridades competentes, para que o atendimento na Santa Casa seja restabelecido e que a crise na saúde pública seja superada antes que mais vidas sejam colocadas em risco.

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