Como podemos mudar o mundo da moda de uma maneira que não afete o meio ambiente? Esclarecemos isso aqui.
Abril e o Fashion Revolution: Este mês é crucial para a conscientização sobre a sustentabilidade na moda, com o Fashion Revolution liderando uma campanha há uma década para confrontar os desafios do setor, incluindo melhores condições de trabalho, processos produtivos ecológicos e diversidade cultural. A Semana Fashion Revolution estende-se por 10 dias, articulando ações ativistas e eventos em mais de 80 países, incluindo o Brasil. Inspirada pela tragédia do desabamento do prédio Rana Plaza em Bangladesh, a semana tornou-se um marco na busca por mudanças radicais na indústria da moda.
Crimes da Moda e Desmatamento: O relatório Fashion Crimes revela a relação entre grandes varejistas, desmatamento no Cerrado brasileiro e violações de direitos humanos na produção de algodão, destacando a necessidade de uma abordagem mais ética na indústria. O Brasil, um dos maiores produtores de algodão, enfrenta problemas como o uso de sementes transgênicas, agrotóxicos e impactos socioambientais, com comunidades tradicionais sofrendo com o desmatamento e a perda de terras.
Certificação Ética e Regulação: O relatório aponta falhas na certificação do algodão e destaca a necessidade de regulamentação governamental para garantir a sustentabilidade e legalidade nas cadeias de suprimentos. O algodão é cultivado por duas das maiores agroindústrias do Brasil no estado da Bahia, parte do precioso bioma do Cerrado, intensamente desmatado nas últimas décadas para dar lugar à agricultura em larga escala. As comunidades locais viram suas terras serem roubadas e sofreram ataques de agroindústrias gananciosas.
Visão de Revolução na Moda: Marina de Luca defende uma indústria da moda que priorize o planeta e as pessoas, enfatizando a importância da transparência e justiça socioambiental e climática. Ela destaca que, em 2024, é crucial redefinir o ativismo de moda e criar uma indústria baseada nas soluções trazidas pelos cidadãos mais afetados pelo sistema atual. Essa abordagem visa revolucionar a moda considerando raça, clima e gênero, fundamentando-a na transparência e justiça.
Mobilização Social: A Semana Fashion Revolution busca mobilizar cidadãos para ações de mudança, promovendo mais de 500 eventos no Brasil e destacando a importância da participação individual na construção de um sistema de moda mais justo e sustentável. Um dos eventos marcantes é o Dia da Manualidades na Rua, concebido como uma forma acessível de ativismo para desafiar a mentalidade descartável da indústria da moda e valorizar o trabalho manual, frequentemente desvalorizado cultural e economicamente.
Fonte: Vogue.