Pedido de asilo de Bolsonaro à Argentina gera prazo de 48h para resposta
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro se manifeste em até 48 horas sobre um documento encontrado em seu celular com um pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei. A decisão foi divulgada na noite de terça-feira (19) e repercutiu em jornais, sites e emissoras de todo o país.
O documento, com 33 páginas, é datado de fevereiro de 2024, poucos dias após a operação da Polícia Federal que apreendeu o passaporte de Bolsonaro. Segundo os investigadores, o texto estava salvo no aparelho, mas não tinha assinatura. Nele, o autor afirma sofrer perseguição política no Brasil e solicita abrigo ao governo argentino.
Além do ex-presidente, a PF também apontou indícios de crimes cometidos pelo deputado federal afastado Eduardo Bolsonaro e pelo pastor Silas Malafaia, que teve celular e passaporte apreendidos no Rio de Janeiro ao desembarcar de um voo de Lisboa. As mensagens obtidas durante a investigação mostram trocas de ofensas entre os três, além de críticas a aliados políticos, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
De acordo com o relatório da PF, Bolsonaro e Eduardo teriam tentado obstruir investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. A apuração indica ainda que o ex-presidente continuou a divulgar mensagens em redes sociais por meio de terceiros, descumprindo restrições impostas pelo STF.
Até o fechamento desta reportagem, as defesas de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Silas Malafaia não haviam se manifestado sobre o indiciamento. O prazo dado por Moraes para explicações termina nesta quinta-feira (21).
