Monitoramento contínuo de glicose pode tornar MS pioneiro no país
Mato Grosso do Sul deu mais um passo para avançar no uso de tecnologias voltadas ao cuidado de pessoas com diabetes. A Assembleia Legislativa realizou uma audiência pública para discutir a adoção dos sensores de monitoramento contínuo de glicose como política pública, o que pode tornar o estado um dos pioneiros no país na oferta ampla desse recurso pelo SUS.
O uso dos sensores elimina a necessidade das picadas diárias no dedo e permite acompanhar a glicemia em tempo real, inclusive com alertas para quedas ou elevações bruscas. Pacientes, familiares, profissionais da saúde e representantes de entidades participaram da discussão, destacando que o monitoramento contínuo reduz riscos de hipo e hiperglicemia, evita internações e melhora a qualidade de vida de quem convive com a doença.
Segundo os dados apresentados, o impacto econômico também é relevante: internações decorrentes de complicações do diabetes representam um custo elevado para o sistema público. Com o uso dos sensores, esse valor tende a cair de forma significativa, já que o controle se torna mais preciso e evita episódios graves. Para o público infantil e juvenil, cerca de 1.170 crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 no estado, o investimento anual estimado gira em torno de R$ 9,3 milhões, montante considerado menor do que os gastos atuais com hospitalizações.
A tecnologia ainda oferece autonomia ao paciente, facilita o acompanhamento noturno e reduz emergências. Para muitos, adotar o dispositivo como política pública significa democratizar o acesso a um tratamento mais moderno e eficiente, especialmente para famílias que não conseguem arcar com o custo mensal do sensor.
O debate ocorre em paralelo a discussões nacionais sobre a incorporação de tecnologias de glicemia ao SUS. Em MS, a proposta é vista como um passo concreto para ampliar o cuidado, garantir mais segurança e diminuir o sofrimento físico associado ao controle diário da doença.









