A população humana está crescendo rapidamente, aumentando a demanda por alimentos. Para atender a essa demanda, as práticas agrícolas estão se intensificando, e uma dessas práticas é o uso maior de agrotóxicos. Isso traz sérias consequências, especialmente para as abelhas, que são essenciais para a polinização e, por consequência, para a produção de alimentos. O declínio das abelhas tem sido registrado em todo o mundo, e no Brasil os números são alarmantes: em 2019, milhões de abelhas morreram em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, e em 2023, mais de 100 milhões de abelhas morreram no Mato Grosso e Goiás.
A situação é ainda mais grave, pois as abelhas silvestres, que morrem nas florestas, não são contabilizadas. O desaparecimento delas traria um impacto devastador no nosso cotidiano, afetando desde a produção de café, legumes e frutas até a sobrevivência de animais, causando um desequilíbrio ecológico global.
Há um dilema: como aumentar a produção agrícola sem destruir as abelhas, que são fundamentais para essa mesma produção? O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU propõe a erradicação da fome e a promoção de uma agricultura sustentável, mas ainda estamos longe de atingir essa meta.
Para entender o impacto dos agrotóxicos nas abelhas, um estudo científico revisou várias pesquisas e concluiu que os agrotóxicos reduzem drasticamente a chance de sobrevivência das abelhas. Além disso, mesmo quando sobrevivem, esses insetos sofrem com efeitos como dificuldades de voo e aprendizado, prejudicando a polinização.
É urgente implementar medidas para proteger as abelhas, como o uso racional de agrotóxicos e a preservação da vegetação nativa, que serve de refúgio para elas. Práticas sustentáveis, como o manejo integrado de pragas, também podem ajudar a reduzir a necessidade de agrotóxicos.
Sem as abelhas, enfrentaremos sérias ameaças à nossa segurança alimentar. Portanto, o estudo visa auxiliar na criação de soluções que garantam um futuro sustentável, com alimentos variados e saudáveis, enquanto preservamos nossas polinizadoras.
Com informações de The Conversation.