Campo Grande mira protagonismo como centro logístico da Rota Bioceânica

Campo Grande mira protagonismo como centro logístico da Rota Bioceânica
Foto: Canva

Campo Grande pode se tornar o escritório da Rota Bioceânica, apontam especialistas em audiência pública

Uma audiência pública realizada na Câmara Municipal reacendeu o debate sobre o papel de Campo Grande na Rota Bioceânica, corredor rodoviário que ligará Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, encurtando o caminho entre o Atlântico e o Pacífico. A proposta defendida por representantes públicos e do setor produtivo é que a capital sul-mato-grossense se consolide como o principal centro logístico da rota.

A ligação internacional promete reduzir em até 30% os custos logísticos e encurtar o transporte de cargas em até 17 dias, quando comparado ao trajeto realizado pelo Porto de Santos. O novo corredor também deve facilitar o acesso a mercados asiáticos, permitindo que caminhões saiam e retornem com cargas completas, aumentando a competitividade das empresas locais.

Impacto econômico e novas oportunidades

A expectativa é que o fluxo diário ultrapasse mil caminhões, impulsionando o comércio, tornando produtos importados, como eletrônicos e alimentos, mais acessíveis e atraindo novas indústrias. A diversificação econômica também é vista como consequência direta da rota, reduzindo a dependência de Campo Grande dos serviços públicos e do pequeno varejo, além de abrir portas para investimentos em logística, comércio exterior, operações industriais e turismo.

Vereadores destacam necessidade de informação e preparo

Durante a audiência, o vereador Maicon Nogueira destacou que a população precisa compreender o impacto da rota para se posicionar e se preparar. Ele também cobrou mais divulgação sobre o tema. “Essa rota vai impactar direta e indiretamente a vida dos campo-grandenses. Precisamos discutir políticas sociais, de saúde, mobilidade e educação para que nossas crianças aprendam novos idiomas e nossos jovens tenham preparo para empreender”, afirmou.

O parlamentar também alertou para os desafios que devem acompanhar o crescimento do fluxo internacional, como necessidade de prevenção ao tráfico de drogas, combate à exploração sexual e melhorias nas políticas de segurança.

Turismo deve ganhar força com a Rota

A coordenadora municipal do Observatório de Turismo, Fany Menezes, ressaltou que o aumento no deslocamento de pessoas cria novas oportunidades no setor turístico. “O turismo movimenta desde o pequeno artesão até grandes hotéis e restaurantes. Campo Grande tem tudo para despontar com a rota, mas precisamos fortalecer o sentimento de pertença e preparar a população para divulgar a cidade”, disse.

Ela destacou programas de capacitação, como o Descubra Campo Grande, voltados a qualificar profissionais e moradores para atender a demanda crescente.

Participação popular

A Câmara reforçou o papel do Legislativo na articulação entre Executivo, setor empresarial e sociedade, garantindo que as ações planejadas contemplem os impactos de curto, médio e longo prazo. A população também é convidada a participar do debate, apontando como acredita que a Rota Bioceânica pode influenciar o trabalho, preços e oportunidades em Campo Grande.

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