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Epidemia das “Bets”

Foto: Stockphotos

Endividamento, impacto na saúde mental e destruição do orçamento familiar

Se você já abriu um site de apostas, as famosas “Bets”, saiba que uma parcela considerável de brasileiros estão a cada dia mais propensos a gastar dinheiro nesse tipo de modalidade de aposta virtual. O que está levando tantos brasileiros a arriscar seu patrimônio, orçamento familiar e sua saúde mental nesse tipo de jogo?

A resposta não é simples, mas se você assiste TV, navega pela internet, ouve rádio, é provável que já tenha sido atingido pelos anúncios das “Bets”, que são quase universais. Usando como estratégia a contratação jogadores de futebol famosos, influenciadores, atores, narradores para convencer e seduzir as pessoas dispostas a apostar seu dinheiro, as “Bets” tem cada vez mais importância para publicidade paga e para patrocínio de ventos e times de futebol. Esse tipo de estratégia aliado a falta de uma regulamentação, que ainda está em andamento no Brasil, tem feito com que cada vez mais brasileiros se endividem para continuar apostando. A situação parece estar tão fora de controle que é cada vez mais comum o apostador comprometer salario, orçamento, saúde mental e sua vida para continuar jogando.

Os brasileiros e brasileiras estão perdendo muito dinheiro todos os meses em apostas online, segundo um levantamento feito pelo banco Itaú. 0,22% do PIB foi todo capitalizado em apostas online nos últimos 12 meses. Isso não é pouco dinheiro! São quase 24 bilhões de reais que não estão na economia real e que na maioria dos casos, sem regulamentação, foram parar fora do país. Essa informação caiu como uma bomba em setores da economia.

Como a legislação caminhando a passos lentos para regular as “Bets” e jogos online, semana passada foram feitos mais de 100 pedidos de autorização para essas casas de apostas virtuais, os apostadores vivem uma epidemia que os levam ao vício, criando um problema de saúde pública para o país.

A consultoria Strategy& revelou que 76% das despesas de “lazer e cultura” das classes D e E estão sendo gastos com apostas, representando 1,38% do orçamento familiar. O estímulo a apostas online sem devida regulamentação tem causado impacto negativo, na saúde financeira e mental, principalmente das pessoas mais pobres. Elas estão se viciando em apostas em uma velocidade vertiginosa, acreditando que podem ganhar dinheiro de forma rápida e fácil.

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