Pesquisas revelam que a música alta pode reduzir atividades de morcegos em até 50%
Um estudo publicado no jornal Ecological Solutions and Evidence da British Ecological Society descobriu as primeiras evidências sobre o impacto de festivais de música na atividade de morcegos. Segundo pesquisadores da University of the West of England, a música alta é o suficiente para influenciar as espécies.
A pesquisa foi realizada em 10 locais no sudoeste da Inglaterra e no sul do País de Gales entre agosto e setembro de 2021. Os ambientes de paisagens seminaturais escuras próximas às bordas de florestas espelham as condições dos festivais de música comuns no Reino Unido, como Glastonbury.
O experimento foi feito duas vezes em cada local — uma noite tranquila (que serviu como controle da pesquisa) e uma noite com reprodução de música alta em volumes que atingem 100 dB, comparáveis aos níveis de ruído no Reino Unido. A atividade de morcegos foi reportada nos limites da floresta a cerca de 2m dos alto-falantes e em distâncias adicionais para estudar os impactos da perturbação sonora em uma variedade de distâncias e volumes.
Assim, foi possível observar declínios de 47% na atividade noturna dos morcegos ao longo das bordas da floresta nas espécies Nyctalus/Eptesicus quando expostos à música alta. Adicionalmente, a espécie P. pipistrellus diminuiu sua atividade em 32% durante os períodos de reprodução de música.
Espécies noturnas, como os morcegos, são gravemente afetadas pela poluição sonora, uma vez que dependem do som para diversos aspectos de sua sobrevivência, incluindo a procura por comida, navegação, acasalamento e para evitar possíveis predadores. Sem a ecolocalização, esses animais são impossibilitados de realizar essas tarefas, reduzindo a sua atividade em geral.
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