Ministério Público Eleitoral pede a cassação do mandato de Adriane Lopes
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), e sua vice, Camilla Nascimento (Avante), estão sob investigação por suposta compra de votos nas eleições municipais de 2024. O Ministério Público Eleitoral (MPE) recorreu da sentença que absolveu as duas políticas e pede ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) a cassação dos mandatos e a inelegibilidade por oito anos.
Elementos da investigação
Em parecer protocolado em 26 de março, o procurador regional eleitoral Luiz Gustavo Mantovani apontou diversas evidências reunidas durante a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE). Ele concluiu que “o conjunto probatório permite afirmar que Adriane Lopes e Camilla Nascimento praticaram captação ilícita de sufrágio”.
A ação, movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) e pelo Partido Social Democrata Cristão (PSDC) em dezembro de 2024, denuncia a chapa por abuso de poder político, econômico e religioso. Inicialmente, a Justiça Eleitoral rejeitou as acusações, mas os partidos recorreram.
Provas e depoimentos
Entre as provas anexadas ao processo estão vídeos e áudios nos quais cabos eleitorais supostamente negociam votos. Em uma das gravações, um coordenador da campanha de Adriane Lopes menciona a distribuição de materiais enquanto eleitores reclamam de não terem recebido os valores prometidos. Além disso, testemunhas relataram que a prefeita teria conhecimento e teria chancelado tais práticas.
Mantovani destaca que a documentação apresentada elimina “dúvidas razoáveis” sobre o envolvimento da prefeita e de sua equipe. Segundo ele, integrantes da campanha foram flagrados retendo documentos de eleitores e realizando promessas de pagamento para garantir votos.
Próximos passos
A legislação eleitoral prevê que casos como este sejam julgados em até 60 dias. Assim, a expectativa é que o TRE-MS decida sobre o recurso ainda em abril. O relator do caso deve apresentar seu parecer, seguido do voto do juiz revisor e, possivelmente, pedidos de vistas para análise mais aprofundada.
Caso a cassação seja confirmada, Adriane Lopes e Camilla Nascimento perderão seus mandatos e ficarão impedidas de disputar eleições pelos próximos oito anos.
