Um novo relatório do MapBiomas, divulgado em 21 de agosto, revela que o Brasil perdeu um terço de sua vegetação nativa desde a chegada dos portugueses em 1500. Até 1985, a perda de áreas naturais correspondia a 20% do território nacional. Nos últimos 39 anos, essa redução avançou para 33%, com a Amazônia concentrando metade da área desmatada.
O estudo aponta que a Amazônia perdeu aproximadamente 55 milhões de hectares de vegetação, o que representa uma redução de 14% em seu total. Atualmente, 81% da região é coberta por florestas, uma porcentagem próxima ao limite crítico estimado entre 75% e 80% para manter sua função ecológica.
Outros biomas brasileiros também enfrentaram perdas significativas. O Cerrado perdeu 38 milhões de hectares, equivalente a 27% de sua vegetação nativa, enquanto o Pantanal viu uma redução drástica na superfície de água, que caiu de 21% em 1985 para apenas 4% em 2023.
O relatório do MapBiomas, que analisa áreas de mata, superfícies de água e regiões naturais não vegetadas, mostra que 64,5% do território nacional ainda é coberto por vegetação nativa, enquanto 32,5% é ocupado pela agropecuária, principal responsável pelo desmatamento. Entre os estados, o Rio de Janeiro foi um dos poucos a registrar um aumento na vegetação nativa, enquanto outros, como Rondônia e Maranhão, enfrentaram reduções acentuadas.
Pela primeira vez, o estudo também mapeou os corais ao longo da costa leste do Brasil, revelando 20,4 mil hectares de recifes. A maioria desses corais está em Unidades de Conservação Marinha, com destaque para a Unidade de Conservação APA Ponta da Baleia, em Abrolhos, na Bahia.
O MapBiomas é uma iniciativa que envolve universidades, ONGs e empresas de tecnologia para monitorar as mudanças na cobertura e uso do solo no Brasil. Os dados e mapas do projeto estão disponíveis gratuitamente no site oficial, e a Coleção 9 foi lançada durante um seminário em Brasília, com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.