Superlotação nas UPAs de Campo Grande: prefeitura anuncia medidas, mas soluções efetivas ainda são poucas
A superlotação nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Centros Regionais de Saúde de Campo Grande tem sido um dos principais desafios enfrentados pela saúde pública municipal. Em resposta à crise, a Secretaria Municipal de Saúde realizou nesta terça-feira (2) a primeira reunião do ano do Centro de Operações de Emergência (COE), que contou com a participação de representantes do Ministério da Justiça, da Câmara Municipal, da Secretaria Municipal de Saúde, do Conselho Municipal de Saúde e da prefeita Adriane Lopes.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o número diário de atendimentos nas dez unidades da capital saltou de uma média de 2.500 a 3.500 para cerca de 5.000 a 5.500, gerando superlotação e diversas reclamações por parte dos pacientes. No entanto, as medidas anunciadas pela prefeitura ainda são limitadas.
Contratação de novos médicos
Uma das principais ações anunciadas pela Secretaria Municipal de Saúde foi a contratação de 56 novos médicos para reforçar o atendimento nas unidades de saúde. No entanto, esses profissionais ainda não começaram a atuar e a previsão é de que iniciem os trabalhos em breve.
Vacinação contra a gripe
Outro ponto levantado na reunião foi a baixa adesão à campanha de vacinação contra a gripe. Apenas 6% da população se vacinou até o momento, apesar da ampla disponibilidade das doses nas 74 unidades básicas de saúde da cidade. O público prioritário inclui crianças de seis meses a seis anos, idosos acima de 60 anos, trabalhadores da saúde, educação e correios.
Para aumentar a cobertura vacinal, o governo estadual anunciou a instalação de um drive-thru de vacinação contra a influenza, que funcionará a partir de 17 de abril no quartel do Corpo de Bombeiros, na Rua 14 de Julho. O atendimento será de segunda a sexta-feira, das 18h às 22h, e aos sábados e domingos em dois períodos: das 7h às 11h e das 13h às 17h.
Números não justificam surto de doenças respiratórias
Apesar do aumento no número de atendimentos, os dados sobre síndromes respiratórias não indicam um surto alarmante. Em 2024, até a 14ª semana epidemiológica, foram registrados 715 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Neste ano, o número caiu para 562, uma redução de 40%. As mortes por SRAG também diminuíram de 65 no ano passado para 38 em 2025.
Casos de síndromes gripais atendidos nas unidades de saúde também caíram drasticamente, de 13.000 em 2024 para 2.900 neste ano.
Sindicato dos Médicos aponta falta de planejamento
O presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul, Marcelo Santana, afirmou que não há falta de médicos na rede pública, mas sim um aumento na demanda por atendimento, impulsionado pelo crescimento populacional. Santana destacou que a administração pública precisa se preparar para esse crescimento e criar medidas eficazes para minimizar os impactos no sistema de saúde.
Ele também alertou para a sobrecarga dos profissionais de saúde, que têm enfrentado um aumento excessivo na carga de trabalho, afetando a qualidade do atendimento e até mesmo a saúde dos próprios trabalhadores.
Denúncias sobre falta de medicamentos
Diante da crise na saúde pública, a população tem relatado dificuldades para encontrar medicamentos básicos nas unidades de saúde. A Rádio Blink 102 segue recebendo denúncias e cobrando providências das autoridades. Se você enfrenta problemas para encontrar remédios ou atendimento médico, pode enviar sua denúncia, informando o nome da unidade de saúde e o bairro, para que a situação seja investigada e cobrada junto aos responsáveis.